quarta-feira, 29 de junho de 2011

Piaget e Vigostky

No sentido da aprendizagem, por intermédio da interação com os adultos e com os iguais, Piaget e Vigostky elaboram uma análise sobre a concepção sobre o desenvolvimento humano.



            Ao analisarmos suas teorias, as diferenças entre Piaget e Vygotsky parecem ser muitas, mas eles compartilham de visões semelhantes.
Ambos entendem o conhecimento como adaptação e como construção individual e concordam que a aprendizagem e o desenvolvimento são auto-regulados.
Discordam quanto ao processo de construção, ambos veem o desenvolvimento e aprendizagem da criança como participativa, não ocorrendo de maneira automática.
Preocuraram-se com o desenvolvimento intelectual, porém cada um começou e perseguiu por diferentes questões e problemas: enquanto Piaget estava interessado em como o conhecimento é construído, e com isso, a teoria é um acontecimento da invenção ou construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava interessado na questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual.
     

No estudo da interação social com os adultos e com os iguais para o processo de aprendizagem, um quadro síntese das concepções sobre a interação social entre Piaget e Vygotsky:



Piaget (1896 - 1980)
Vygotsky (1896 - 1934)
* Atividade do professor com ênfase nas descobertas das capacidades inatas;
* o professor estabelece uma relação de poder com a criança, desigualdade que prejudica atitudes de compartilhamento e cooperação;
* o início da influência social se dá na metade da infância, nos estágios operatório concreto e formal;
* a interação deve se dar entre crianças com o mesmo nível intelectual;
* o processo interativo ocorre com os indivíduos operando suas próprias idéias, isto é, sem influenciar-se pelas idéias do outro;
* o processo individual contribui para o social;
* o desenvolvimento cognitivo é um produto do individual.
* Atividade do professor com ênfase para o despertar de novas zonas proximais;
* o professor desempenha papel de ajuda junto à mediação dos novos conhecimentos da criança;
* a imitação tem papel de destaque na aprendizagem;
* o início da influência social se dá desde os primeiros anos de vida;
* a interação deve se dar com companheiros mais hábeis;
* o processo interativo se dá em conjunto, compartilhamento de idéias;
* o social contribui para o processo individual;
* interiorização individual a partir do social que levam a uma resolução conjunta dos problemas.



MAIS:


Pensando o Taylorismo

Taylorismo

            Taylorismo ou Fordismo tratam-se duas formas de organização de produção dentro de uma concepção desenvolvida por Frederick W. Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863 – 1947). Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro, uma concepção de produção, baseada em um método científico de organização do trabalho.



            Nos âmbitos dessa concepção, o trabalho foi fragmentado, pois cada trabalhador passou a exercer uma atividade específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e sistematizada, e o tempo de produção passou a ser cronometrado.

Algumas caracteristicas do Taylorismo ou Fordismo:
- Racionalização da produção.
- Economia de mão-de-obra.
- Aumento da produtividade no trabalho.
- Corte de “gestos desnecessários de energia” e de “comportamentos supérfluos” por parte do trabalhador.
- Acabar com qualquer desperdício de tempo.




Desde então, essa concepção está entranhada nas sociedades, cada vez mais tempo é uma mercadoria, e o trabalhador, que “vende” seu serviço (ou “mão-de-obra”), portanto, seu tempo, tem a incumbência de cumprir com suas tarefas no menor tempo possível, para que possa produzir mais e mais.

            Um ícone para ilustração do Taylorismo é o filme clássico “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, em que o trabalhador passa a efetuar movimentos repetitivos e bem elementares, com o ritmo imposto pelas máquinas, e por quem as comandava.



Taylor entendia que a hierarquização evitava a desordem predominante do tempo no qual a organização ficava por conta dos trabalhadores. Separou, dessa forma, o trabalho manual do trabalho intelectual, dividindo os funcionários entre aqueles que eram pagos para pensar de modo complexo (planejar), e aqueles que eram pagos, e mal pagos, para executar.

Dessa forma, com esse tipo de “mão-de-obra”, não é exigida a escolarização. O trabalho sistemático faz dos “trabalhadores” peças descartáveis, aptas a seres substituídas por peças de reposição iguais, em série, que não faltam.

Isso gera tamanha economia na gratificação e no reconhecimento dos trabalhadores, pois a maioria deles situa-se num processo em série, repetitivo e isoladamente sistemático, gerando um serviço sem qualificação.




“Quanto mais o trabalhador
produz, menos tem de
consumir; quanto mais valores
cria, mais sem valor e
desprezível se torna; quanto
mais refinado o seu produto,
mais desfigurado o trabalhador;
quanto mais civilizado o
produto, mais desumano o
trabalhador; quanto mais
poderoso o trabalho, mais
impotente se torna o
trabalhador; quanto mais
magnífico e pleno de
inteligência o trabalho, mais o
trabalhador diminui em
inteligência e se torna escravo
da natureza.”
Tempos Modernos. Charles Chaplin
(MARX, Manuscritos econômico filosóficos. 2004.)